Este rio grande gaúcho feito a pata de cavalo
Jamais se deitou no pialo de interesses estrangeiros
Por isso meu companheiro que gringo aqui não se acampa
Sou um velho que cheira a pampa rio-grandenso missioneiro
Por isso calço o garrão quando vejo algum agiota
Querendo vender a pátria que herdei de meus ancestrais
Talvez não peleie mais com adaga cabo de guampa
Mas entregar essa pampa eu não deixarei jamais
Tem muito piazito novo que desconhece o passado
É guri mal informado desta nova geração
Que perdeu a direção e acha que tem direito
De tratar com desrespeito a gente deste meu chão
(E tu piazito moderno
Que és descendente da história e herdaste com muita glória
E há de entregar sem teu sangue e por mais que faça desmande
Pra desonrar a querência
Não encontrarás vivência melhor que a do meu rio grande)
Sou um velho que cheira a pampa com muito orgulho e não nego
E no meu sangue carrego o estoicismo e o afinco
E quando meus dente trinco renasce a raça bravia
Que peleou com galhardia na briga de trinta e cinco