Quando floriam os trevais da primavera
No lugarejo onde um dia veio a vida
Jamais pensou que ficaria tapera
Aquele mundo de lembranças coloridas
E por ter asas, do quintal, foi-se a criança
Sem a bruxinha que esquecida lá deixou
Pois o destino transformou em esperanças
Visões tão lindas que ao crescer não encontrou
(Refrão)
Uma mocinha do interior, viram nas ruas
Vigor daqueles que não medem sacrifícios
E só as portas que abriram prá seus sonhos
Eram portais nos umbrais dos meretrícios
(Repete o Refrão)
Sim campesina, este é o mundo da ilusão
Que impõe gaiolas para sonhos de menina
Igual aos verdes sumidouros do teu pampa
Disfarça em brilhos a tristeza das esquinas
Porém, és forte prá venceres as veredas
Da nova vida que te faz hoje povoeira
Porque tens fibra que crepita em labaredas
E desde o berço uma alma de guerreira