Ora, se meus delírios
Tem mais razão que seus princípios
Sorrindo pro vazio
Nas retinas os precipícios
A loucura meu ofício
Afim de por juízo nesse cosmo corrompido
Nuvens de carbono, meu esconderijo
O pranto ácido dissolvendo edifícios
Reflito na atmosfera doente
No brilho morto das estrelas decadentes
O astro rei do sorriso incandescente
Na gravidade zero permanente
Luzes ultra violentas molestam violetas
Dos jardins de papelão que condecoram os planetas
Vadiando nas estradas lunares
Na cabeça a ressaca de 7 mares
Com a nobre dor de quem se poe na brecha da muralha
Dançando com a serpente nas brasas da fornalha
Poetas enlouquecem com seus devaneios
Profetas enriquecem com seus podres conceitos
Artificiais de deuses superficiais
Desdenhando sacrifícios celestiais
O amargor dos seus olhos de caramelo
Contemplando a guerra fria dos cogumelos
Radiantes recriam com distorção
Me capacitando a viver sem coração
Sem sono e sem a culpa dolosa
Na carne os estilhaços da rosa
Aqueles que cultuam as sombras com afinco
Tentam convencer que 2+2 é cinco
E a respirar fundo o ar puro apático
Da fotossíntese das arvores de plástico
A luz de LED no final da gruta
Anuncia a cura nos braços da prostituta
Mas na colina melancólica torrando o tédio
Seu sorriso foi meu remédio
Entre cinzeiros e corações quebrados
Trouxe a paz pros pensamentos perturbados