Eis-me aqui outra vez neste sol de escaldar,
Volto ao poço pra água buscar,
Minha vida é buscar; estou cansada de mim.
Até quando? Não vejo o fim.
Tantos amantes na vida, fugaz alegria,
Tão curto prazer,
Quanto mais tenho mais quero,
Já me desespero,
Não sei que fazer.
Eis ali um homem, parece um judeu,
Está sozinho, cansado de andar.
Até falou comigo, água me pediu
Acho estranho querer conversar.
Não me tratou como os outros,
Me olhou como gente,
Chegou-me a dizer:
"Se você soubesse quem sou, logo me pediria
E a água da vida eu daria a você,
Daria a razão de viver".