De são paulo pro país
Dessambando eu contemplo
Mundo inteiro descambando
Zoiando dinheiro
Barcas pretas circulando
Que nem noutros tempos
Velhas noções de ordem
(de fome e respeito)
No rolê sem pressa
Em meio a monumentos
Com meus olhos falantes
(fractais deste formigueiro)
Vou formigando e fumando
- que se dane os preceitos!
Alucinando e pensando:
Ser livre para ser preso?!
Vou cultivando meu ódio
E meu amor nesse engenho
Do meu sinhô, meu senhor,
Ó grande deus dinheiro!
Do carnaval de são paulo,
Sempre preparado,
Com seus porões em bloco,
Bem fantasiados.
Deste sonho medonho
Por ser verdadeiro
Desse holerite sem corpo
De tom higiênico.
Então samba, dessamba, dessamba, samba, dessamba
Ou não sei...