No rio das minhas mãos você está,
nos trilhos da manhã sigo minha estrada,
nas calhas dos telhados,
nas curvas da madrugada,
nos fios do sereno,
lágrimas,
de um amor ameno,
lágrima.
nas ruas,
nas sombras ambulantes,
no som dos auto-falantes,
alguém me grita: você.
a sua voz,
seu aninhar em meus braços,
me embaraço,
desembaraço,
me desalinho.
As curvas e os corações aonde vão?
seguem sem direção uma vida inteira,
a caça de horizontes,
enumerando estrelas,
nos becos e desvios você está,
abraço só a minha solidão.
não tarda os ventos varrem tudo,
os sonhos das ruas...
talvez eles tragam você,
a sua voz,
seu aninhar em meus braços,
me embaraço,
desembaraço,
me desalinho...