Ando e sigo a sombra de uma profecia
De incompletas rimas que, a nós, conduz
A um teatro aberto de alma vazia
Onde repousa o sábio cego e a luz
Sei que escrevo errado, mas o que é certo?
Quando eu me encontro sinto estar mais perto
Do que procuramos sem nunca encontrar
Não ter um pesadelo sempre que sonhar
Ando e sigo uma velha sombra fria
Em vastos caminhos que andamos sós
Preso nesses laços de uma profecia
“Pela frente, a sombra, e por detrás, o sol
Ao olhar pra trás eu nunca vejo nada
E sempre sigo andando na velha estrada
No caminho que passa e não termina
Eu sigo em direção à minha velha sina
Sigo, em passos longos, o raiar do dia
Sei, talvez um dia, vou me libertar
Dessa humanidade cuja a alma é fria
No frio da noite eu vou me enterrar
Sombras que se vão sem tocar o dia
Seguem sua sina sem olhar pra trás
Repetindo, em vão, uma harmonia
Músicas idênticas, almas desiguais
Ao olhar pra trás eu nunca vejo nada
E sempre sigo andando na velha estrada
No caminho que passa e não termina
Eu sigo em direção à minha velha sina
Ando e sigo sempre a mesma profecia
De um lado há sombras e do outro há luz
Meus olhos abertos, minha alma vazia
Rimas incompletas que, a nós, seduz