Fim de semana
Eu soltava os bois de canga
Tomava um banho de sanga
Pra beber samba com fanta,
Era o dia
De botar água de cheiro
Abastecer no bolicheiro
Depois partir pra bailanta.
Já na chegada
Roncava uma gaita fanha
Alegria era tamanha
Brilhava o olho da prenda,
Eu me soltava
Misturado com as meninas
Com a luz de lamparinas
Nem lembrava da fazenda.
Antigamente
Tinha turma dançadeira
Era grande a polvadeira
Que levantava do chão,
E de repente
Ouvia-se alguém gritar
Queira ou não podem parar
Tem que molhar o salão.
Lá pelas tantas
Para cansaço ou preguiça
Tinha um café com lingüiça
Pra reforçar a peonada,
Depois seguia
Grande entrevero de dança
Era a mais linda festança
Até o fim da madrugada.