Sou fim de terra
"sarto" na beira da linha
Fardado, não sou fascista,
crio cá "minhas galinha"
Sou filho moço,
tomo cá "minhas cachacinha"
pra esquecer, sou brasileiro
e tenho orgulho da farinha
E por eu ter nascido nessa terra,
ter sido achado lá no mato à toa
Fico pensando nessa vida boa
daquele moço lá da Prefeitura
Mandou o trator nas minhas "quatro parede" ,
"chorou Zefina, Pedro e Marizete"
Sorte do moço fui extrair "uns dente",
senão eu dava cabo no tenente
Dependurado num galho fraco,
subnutrido, abandonado
Quero gritar, mas sou tapado,
e vejam só o meu pecado
É ser João, é ser João, Só ser João
É ser João das "noite de lua",
do samba de roda, no canto da vida
Ah, nauê nauê...
Agora hoje estou aqui
em "sete chave" ,"sete queda"
na barriga da esperança de um lugar
Doutor Genaro, moço forte e bem vestido
me dá seu terno e gravata
quero não ser proibido
Proibido, proibido. Nanauê nauêê!