Um carro de bois
Vai seguindo o caminho
Num balanço tranquilo
Lá vai sem se apressar
Seguem na estrada, vão tangerinos
Em sua jornada
Um carro de bois
Pela beira de um rio
Lavadeiras batendo roupa
Embalando as canções de um dia
E seus meninos fazendo algazarra
Se divertem nas águas
Um carro de bois
Ao sabor de uma prece
Vai gemendo na estrada
A dureza velada em vida
De sua passagem, ficaram as marcas
Nessa terra molhada
E que a dureza que tanto nos castiga
Não nos deixe por fim vacilar
Perder a esperança e abandonar
A caminhada
Um carro de bois
Vai seguindo o caminho
Num balanço tranquilo
Lá vai sem se apressar
Seguem na estrada, vão tangerinos
Em sua jornada
Ê boi, ê boi