O mangue que nanã benzeu
Não é casa de oxum
Calou o canto das águas
Na toca do guaiamum
E os espelhos de prata
Já não se vê mais nenhum
Sumiu o brilho da luz
Do clarão de orun
E se zambelê
Vier pra se olhar
Vai ter que correr
Pro mar (2x)
Quem não viu o arvoredo
Crescer ao sabor das marés
Não pode imaginar
Nunca banhou os pés
Nas águas rasas do mar
Que o rio foi desaguar
E entre oxum e yemanjá
Nasceu o reino de nanã
E a tempestade de iansã
Saudou a nova manhã
Que fez samambaia chorar
Algodoeiro-da-praia
Floresceu no lugar
Onde a morena menina bonita foi se casar
Dizem que viram voar
Zambelê com martin-pescador
Anunciando a alvorada pelo manguezal em flor