Eu tô ansiosa feito carros e motos e caminhões
Em vias, em curvas, buracos, imperfeições
De fato, a cada dez segundos mil indagações
Me faço ao ver que meu pedaço se tornou milhões de mim
Meus estilhaços vão rumo a pequim
Fazendo baldeação na estação da sé, é!
As 6h o mar de gente não tem fim, sim
Me misturo sublime nua
Frequentada pela dor, temperada por calçada e rua
A luz da lua eu sei, na noite escura é cada um na sua
Mas aqui perpetua nós, nó não se desfaz
Grito: "é uma só voz!", atroz ou doce
Bem antes quisera que fosse
Só peço paz pra alma, me clamo por...
Eu tô aprendendo a me dar com a paciência
Sendo submetida a um teste de sobrevivência
Tô vendo no lodo uma essência
Nessa selva bruta, feia, bela e sem coerência
Me traz a beleza de uma transparência
Enquanto essa feiura me remete a uma inconsitência
Essa mistura traduz, minha existência reluz
A tudo que me propus entender em vão
Já que todos são um e um cabe na palma da minha mão
Mas foge, foge enquanto durmo, sem pista de seu rumo, sem
Marcar o caminho com pão, me arrumo nessa condição de pressa
Não fiz promessa, mas rezei à beça pra ser
Mais uma dentro dos bonde que é sauna
Por fora eu me grito, por dentro eu me peço...