O vento passa a galope
No seu cavalo marinho
Rumo à solidão do mar
Eu nunca mais fui menino
Só tenho amores sozinho
Mas um dia eu soube amar
O vento desfaz os crimes
Quebra sem dó as vitrines
Remove todas as tralhas
Em seu insano galope
Sem direção e sem norte
Me deixa algumas palavras
O vento leva os amigos
Trapos, garrafas vazias
Em sua estranha garupa
O vento crava as esporas
Às vezes finjo que escuto
Às vezes invento uma história