Uma encenação?
Escrevo para apagar meu nome
Porque a obsessão pela morte?
O futuro não está nos cemitérios
Mas nessa cidade, nessas superquadras
Onde abaixo de tudo, ninguém vê nada
Acordo sozinho, caminho ditado
Se nada é por mim, por quem será?
Faço o possível até que tudo acabe
Escrevo para apagar meu nome
Busco ausência, continuo aqui
Anseio esperança, com frustração
Encontro um espaço, preencho com desperdício
Agora que essa sujeira é a minha coleira
Consegui ser o animal que sempre julguei
E todas as coisas se arrastam
E todos nós fracassamos num sentido que decepcionamos todos
Incluindo nós mesmos