Havia um tempo em que eu podia sentar e conversar
Sobre coisas de outro mundo e você me ouvia
Hoje esse papo não passa de um silêncio
De um monólogo frio, de uma ladainha
E o que temos prá jantar já que falar não é necessário?
Apague o som, limpa teu batom que ontem manchou o espelho do
armário
Não me dê mais um motivo
Não me dê mais um desgosto
Seu rosto é só um truque de magia barata
Só mais uma carta sem o teu semblante
Não ponha palavras em frases que nunca falei
Dentro da garganta
Lamento se o tempo passou
E claro que eu mudei nada mais me espanta E hoje todo aquele teu amor
Virou poeira no meu cobertor
Virou comida prá tamanduá
Virou fumaça na estação lunar
Você um dia ainda vai me encontrar feliz Nos braços de outra mulher
Desculpe se eu estou errado
Por culpa desse meu cansaço
Em qual dessas gavetas você o meu lado ingrato