Mundo me deu uma história triste, e eu não quis aceitar
Mas quando me deram um beat, essa história eu quis contar
Me dispus a relatar tudo que me acontecia
Sem ninguém pra somar, quando o verso não valia
Todo dia me via preso então como pode?
Esse aqui é o disscarrego com o choro do coiote
Então ouça-me, poupa-me, sigo até tarde
Somos todos viajantes, mas resido em marte
Parte de mim chora e quer ir embora
A outra parte quer contar por que o coiote chora
Agora vou lhes contar uma forte vivência
E isso vale mais do que qualquer referência
Experiência calculada naufrago, morto em vida
E se você não entendeu, já vi que não tem ferida
Crianças choram, choram mesmo, isso as faz felizes
Homens velhos guardam lágrimas assim ficam mais tristes
Conquiste oque quiser, se mantenha de pé
Perca a esperança, sei que cansa, só não perca a fé
Até eu aqui sou um mero sonhador
Duvidaram de mim, mas veja onde eu estou
Já que passa o tempo, o tempo irá passar
A vida é um grande momento que querermos reprisar
Mas sem repeat nesse beat, a vida é o seguinte
Tudo fica mais rápido, quando fazemos 15
Lembro como se fosse ontem, corria pra casa
Pra ver tv globinho, depois sessão com os parças
Andava de skate até a perna doer
Encontrei na poesia, um jeito de sobreviver
Críticas infundadas, não trazem emoção
Um voto pensado, não muda nossa nação
Mas mudam sim, cabeças, cada um faz sua parte
Evitando pessoas secas igual o solo de marte
Todos somos
Os coites que choram
Assim nosso choro
Se faz bendito
Todos somos os coiotes
Que choram
Enquanto nos julgam
Nesse planeta maldito
Sou o coiote louco, sem cenário ou contra-regra
Tanto que estalei o dedo, e peguei o papa-léguas
Choramos de alegria, ou só de lamentação
Mas o choro do coiote resume em libertação!
Libertei-me de tudo que me prendia
Eu transcendi e vi minha autobiografia
Enquanto eu escrevia com luz de história fria
Eu parei e reparei que naquilo eu me prendia
Algo que eu não consigo explicar
Deixe-me suplicar, queira me olhar
O ar não quer passar
Permita-me delirar
Olho no olho
E me declarar
Pra juntos somar
Tá?
Tarde de mais eu reparei, a falta que ela faz
Violentamente violenta a mente
Até a alma sente pobre és, eminente
Sem amor, condor
É só mais um doente, se senta e só sente
Tá?
É super hilário, falar que cuspo um dicionário
Se fosse ao contrário, seria mais um sem vocabulário
No páreo agora eu tô, a disputa só começou
Mc chato dá trabalho, e atrapalha o meu flow
Show it's my flow, na levada cê delirou
Enquanto se julgava esperta, minha mente o transpassou
Viajei e nem sei, aonde que eu ia chegar
Me sentei e mal vi, o motivo de rimar
Mal sei, cacei e busquei, e agora vou te falar
A muito tempo faço isso, então nada me faz parar!
Pois é, é fácil mentir, difícil ser verdadeiro
Eminente é a morte, é o moleque mais gangueiro
Todos somos
Os coites que choram
Assim nosso choro
Se faz bendito
Todos somos os coiotes
Que choram
Enquanto nos julgam
Nesse planeta maldito