Suas promessas de momento
Suas mentiras em movimento
As suas contas tão sadias
Alimentadas por mãos vazias
Nós não vivemos de folia nem de carnaval
A nossa falsa e ensolarada imagem
tão sincera no cartão postal
Manteremos nossos sonhos acordados
com pílulas pra dormir
Beberemos ilusão em cálices de barro
É tão belo ser trágico
e no país do carnaval
é tão belo ser trágico
As nossas lágrimas e absurdos
Esquecidas no jornal de ontem
Ternos e fardas sempre surdos
Primeira página, jornal de hoje
E na bandeira continua
Ordem e progresso
Hipocrisia verde e amarela
Nosso fracasso é um sucesso
O hino chora enquanto as cores desencantam
Nossos irmãos famintos jogados aos cantos
É tão belo ser trágico
e no país do carnaval
é tão belo ser trágico