Eu, boiadeiro da manha raiada
Tocando a boiada me perco no tempo -
Quantas canções caminham comigo
Falando da vida me soltei na estrada.
Um dia montei um cavalo paixão
Riscado de esporas seu lombo ficou -
E o meu coração também foi ferido
Não foi por esporas, mas foi por amor.
De uma mulher de olhar certeiro
Sua voz falando parecia cantar
No momento espero a vida inteira
Se fez passageira do meu caminhar.
Cruzando cerrados, sertões de minh'alma
Deserto no peito a cruel descoberta
Ao vê-la sorrindo nos braços de outro
Desse amado sonho jamais despertei.
Chuva de lagrimas banham seu rosto
Molhando a poeira do meus desengano
Não sei se canto, se choro, ou se morro
Fugir para sempre será minha lei.