O inexplicável numa altura estável,
são as perguntas de um jovem muito irresponsável/
curiosidades de realidades portuguesas,
presença é importante, boca não há certezas/
Quem tá de fora apenas só imagina,
porque é que num casamento o divorcio é rotina?/
ninguém ensina como se vive, vai-se vivendo,
mas nesta vida há cenas que apenas não compreendo/
pequeno vento é difícil o julgamento,
é como uma doença sem qualquer medicamento/
porque é que toda a gente tenta ser o melhor do
mundo,
e não o 5º, o 4º, o 3º ou o 2º/
é ambição sócio, é ambição,
sempre mais e melhor será a solução/
talvez porque nem tudo tem apenas um prisma,
e já agora de onde é que vem o carisma?/
Ninguém diz a verdade, toda a gente tosse,
eu volto ao básico tipo um inquérito precoce/
não há hipótese, resposta não se despacha,
tipo ca sabedoria anda aí a cobrar caixa/
economia estável só investe na beleza,
não sabe o que é viver com atestado de pobreza/
o que eu tenho a dizer para as estrelas cintilantes,
qualquer dia há uma avaria, yo nas escadas rolantes/
(Beto)
Observo o meu mundo à procura de porquês,
Tudo o que me chega vem na forma do talvez/
Tu só não sabes aquilo que tu não vez,
(A culpa disso tudo é africano e português)/
Talvez aqui o meu lugar essa vontade sempre,
talvez o meu desejo era ser o sol poente, uma estrela
cadente/
ser visto diferente por todo o lugar,
onde pudesse iluminar, brilhar, sem ninguém pra me
culpar/
julgar de algo ter feito, estou sujeito a pensar?
talvez irei para o xadrez por corrupção?/
ladrão desempregado tornando-se impiedoso,
mafioso do passado, eu temo e não arrisco/
prefiro não ser visto enjaulado, amargurado,
pedindo perdão, lamentando um erro feito/
numa posição à qual tirei-te a razão,
falo da prisão condenado pelo um homem da bata/
protegido por um jovem de gravata,
cada frase tem seu preço, réu não conheço/
culpado ignoro como um amigo,
que reza em minha hora por isso imploro a deus/
alerte a multidão, em troca peço em ser feliz,
ver essa planta desde a raiz, crescer antes de eu
morrer/
talvez um dia me escute, me dê um pouco de atenção,
amor e compaixão, já que todos se bloqueiam/
na palavra razão, verdade sinto, gosto, quero,
talvez um dia venha eu, beto, vou ser sincero/
no acto, na melodia,
para com todo o parceiro sempre assim um dia a dia,
parceria/
o sossego e a verdade todos procuram,
e não encontram sem saber porquê, porquê?/
será que ninguém ouve ou ninguém vê? Ou falha você,
tendo actos violentos na fala, no toque/
deixando o seu parceiro num estado critico de choque,
é doloroso ver isso, mais duro é vive-lo/
escuta o teu parceiro, tenta compreende-lo,
percebe-lo,
não envenena, não engana, talvez no teu programa/
haja falta de amor, sinceridade, honestidade,
expressa a verdade, beto e Sam no hardcore/
de se pôr a favor, ????????????,
???????????????????????????????/ (1)
(Beto)
Observo o meu mundo à procura de porquês,
Tudo o que me chega vem na forma do talvez/
Tu só não sabes aquilo que tu não vez,
(A culpa disso tudo é africano e português)/
Porquê? Porque é que só vejo merda na tv?
Porquê? Porque é que o beto não tem um cd?/
Por causa dum mercado acostumado a lucrar,
ou duma sociedade sem vontade de mudar?/
Eu não tenho a solução, continuo à procura,
Porque é que a esperança já satura?/
Nunca vi a paz mundial e se a houve não me lembro,
porque é que o sangue só recebe amor em Dezembro?/
Morte de repente a sangue frio ou sangue quente,
mete-me triste ou contente, se cruzarem/
talvez serás o pretendente, ninguém se ajuda, talvez,
será essa culpa de todo o português, de todo o/
africano, que choca o americano,
acaba isto de ser real ou criativo, não copia seu nativo
realista é a resposta que é claro para todos, servir,
talvez um dia terei a tal resposta que procuro/
no meio da guerra, do sofrimento e do barulho,
talvez um dia beto e uma simples profissão/
que dê pra conviver com dezenas,
centenas ou mesmo um milhão de pessoas honestas/
que não pensam em guerras e festas,
julgar e matar pessoas, de verdade/
desejo encontrar igualdade para todos, irmandade, todo
o povo,
reclamo a vida tal como um lebre no meio do lodo/
(Beto)
Observo o meu mundo à procura de porquês,
Tudo o que me chega vem na forma do talvez/
Tu só não sabes aquilo que tu não vez,
(A culpa disso tudo é africano e português)/
(1) - É praticamente impossível perceber o que o Beto
diz nestas duas últimas linhas pois ele está usando
uma espécie de crioulo que é difícil de perceber.