Já era "tô" por aqui fi, senta aqui pode escutar
Engoli tudo o que vi sem dizer nem um "a"
Lincença aqui vou me expressar e não se espanta
Hoje eu resolvi desentalar o que tava preso aqui na garganta
E é pelos tantos tapa na cara, covarde!
Que rouba a brisa na selva de pedra mera cidade
Verdade. Mentiras se embolaram tipo novelo de linha e tá
Cada vez mais complicado de separar
Cresci ouvindo minha mãe dizer
"- Levanta a cabeça em cada queda se quiser ver o jardim florescer."
Crescer de alma, espírito, coração.
Quem sobe com o que é dos outros logo encontra com o chão.
Aí! Na igreja ele era o santo, no bairro dava calote
Enganava o povo com pouco, desviava umas par de malote
Subiu que subiu, do nada tiu, o império cedeu
Agora ele chora de joelho ele lamenta, diz que não aguenta mais o peso da mão de Deus
Mereceu. O castigo divino não falha
Pintou e bordou com uma faca cega, agora se estrepa na vida esbarrando em navalha
Covarde e canalha, não tô aqui pra citar o seu nome
Enquanto cê coça na sua cadeira, os caneco sem leite e as crianças morrendo de fome
A ganância lota os presídios. Toma lugares no hospital
Tem maior culpa nos homicídios, incentivado pelo real
Oh senhor me dê um sinal, o brilho de antes hoje em dia ofusca
A cura da nossa nação não achei, mas se não der tentei, morrerei de pé na busca
E a mente sofre. O corpo não traduz
Vagam almas sem saber carregando o peso da cruz
Pra alguns, problemas se resolvem acendendo vela
Mas não é bem assim olhando da minha janela
Que é vista pra favela. É o corre nas viela
As 38 berra. As mães se desespera
Menor aqui lidera, pipa sobe é coisa séria
Morro! Oscila riqueza e miséria, tiú
Aí não pode, anda contando com a sorte
Cada dia mais um trote e do nada a bomba explode
A fumaça do sistema desnorteia oh my God
O green que salva a noite pra tirar um bode só fode,
Os papo de crise, cê de charuto e eu no cigarro solto
Cê num restaurante chique e eu comendo meu pão com ovo
Suas promessas de vida melhor desonraram suor não me calo me oponho
A tal marolinha que molhou seus pés ao invés de vazar arrastou por aqui vários sonhos.
Desabafo
Por trás da miséria, criança com fome, sempre haverá um porco engravatado
Desabafo
Lucrando fortuna por mês, ditando suas leis, tornando o povo cada vez mais escravo
Desabafo
Da rotina robótica, democracia pura ilusão de ótica
Desabafo
Situação nacional, seja bem vindo
Ao país do carnaval
Eu penso na vida à cada esquina que passa
Eu vejo uma briga e cada louco na caça, e em casa
Olho pra brasa e vejo a desgraça, pego a folha, amassa
Um vinho na taça e me estrassalha o peso dos sofredores
Só de pensar nessas almas caídas eu nem vejo as cores dos jogadores
Eita mundão mudado! Me calo e reparo eles se matam
E o desabafo é necessário como o dinheiro é do plenário
Desnecessário. Papo falado, auto retrato e é viajado
Mas infestado, imediato, obscecado como os ratos do pensionato
Seu dom pode ser rico mas o meu é abstrato
E o som dos atos, ou dos pratos se resolvem agitados no anonimato
A política do país vive de braços cruzados
Desempregado, sem salário
Welcome... País dos desesperados!
Desabafo
Por trás da miséria, criança com fome, sempre haverá um porco engravatado
Desabafo
Lucrando fortuna por mês, ditando suas leis, tornando o povo cada vez mais escravo
Desabafo
Da rotina robótica, democracia pura ilusão de ótica
Desabafo
Situação nacional, seja bem vindo
Ao país do carnaval