Vem de lá morena,
Que eu tô voltando
Pro lugar de onde nunca saí.
E talvez no meio desse caminho,
A gente encontre um pedacinho
De chão que dê para se viver.
Capinar o mato, puxar nascente,
Erguer um rancho, plantar semente,
E um filho novo que vai nascer . . .
Se o dinheiro der, compro uma viola
Pra fazer contigo uma canção.
Dessas que o povo jamais esquece
Que viram hino, estória ou prece,
Porque são feitas de coração.
E tentar mostrar prum cantor da terra,
Que goste de uma toada leve,
Que fale das coisas do sertão . . .
Se acaso a gente fizer sucesso,
E o Brasil inteiro cantar de cor,
Eu prometo aquele teu sonho antigo,
Que é passar um verão comigo,
Na terra do Cristo Redentor.
E comprar os discos do velho "Lua",
Um cabra-macho de Asa Branca,
Eterno mestre e cantador ...