Há um silêncio espichado
Nos intervalos do vento
Que por certo encontra o medo
E para meio assombrado
O que a palavra não diz,
È o sentido dos cavalos,
E a noite chora os acasos
Nos braços daquela cruz.
Era uma tropa comprida,
Vinda lá das missões,
Conduzida pra charqueada
Entre sonhos e ilusões.
E o coração de um deles
Sentiu no negro do olhar,
Os trejeitos de um pontaço
Quando foi desencilhar.
A morena era o sossego
Pra quem sofreu de distâncias,
Prenúncios de água boa
Matando a sede das ânsias.
A notícia entrou na sala,
Do que vieram junto ao rio,
Madrugada que acordava
Prenunciando algum vazio
E tudo perdeu o sentido
De baixo de uma figueira
Ao tropeiro de olhos compridos
Tocou a gravata vermelha.
O caseiriu todo branco
E uma janela trancada,
A filha estancando o pranto,
Ficou pra sempre calada.
Quando a noite da charqueada
Tem sussurros de assombros,
Na frente da casa grande
Um figueirão perde o sono.
O tempo consome a história,
E as pedras do mangueirão,
Mas sempre à noite lá fora,
Tem cismas de assombração.