Ai, meu Deus, ai meu amor, saudade
Ai dos teus, ai dos meus ais, me invade
O sofrimento. Meu alento é dor
Ai de mim, neste sertão, me esqueço
Vai ter fim? Tivera, então, começo?
Sopra o vento. Meu alento é dor
Noite cai... Ouço o cantar do medo
Cai em mim a solidão
Noite vai atormentar-me cedo
Sempre, sempre, sem perdão
Sempre assim, à noite tudo incerto
Em que porto descansar?
Sempre assim, não há meu mar por perto
Eu não vejo nunca o mar!
Ai, meu bem, o sonhador conforta
Diga quem do além-mar me importa?
Não lamento. Meu alento é dor
Quero o mar e sonharei contigo
Quero amar o teu amor castigo
Passa o tempo. Meu alento é dor