Nada restou de bom pra contar (Nada pra guardar)
Nem dor nem alegria
Nem cor ou alquimia
Nem sombra de um lugar
Nem uma foto na carteira
Nem papo sério, nem besteira
Nem livro, nem cabeceira
Nenhuma música a tocar
Nada ficou pra consolar
Nem foto nem vela acesa
Nem dúvida, nem certeza
Só a chuva a nos nublar
Água não benta a diluir
A arrebentar, a destruir
Pra nos matar, nos extinguir
Nos permitir o naufragar
Que a chuva caia sobre nós
E leve embora
O que há de ti em mim
De mim em ti
De nós no mundo
Não quero desatar os nós
Quero ir embora...
Me libertar de mim
Depois de ti
Eu vou mais fundo