Vou sair quero seguir andar por outras ruas
Ver e ouvir falar outras pessoas
Respirar, sentir além do meu nariz
Vou partir
Quero quebrar o velho vaso mais caro
Andar caminho errado
Viver ao contrário
Fazer terror dos contos infantis
O povo sempre espera o novo
Mas se previne contra ele
Quero rasgar o grande velho manto sagrado
Que agrega esses homens encantados
Com coisas que já não me encantam mais
Quero seguir contra todas essas tortas setas
Que pensam que me indicam onde estão as metas
Essas tolas metas não me servem mais
O povo sempre espera o novo
Mas se previne contra ele.
Baudelaire, Zola, Rimbaud, Flaubert
E tudo mais que te assusta
Degusto, eu gosto e você acha uma bosta
E diz: Dançar cansa menos que pensar
Quero curtir um curta e encurtar nossa conversa
Não ando no seu passo é lento e tenho pressa
És surdo, mudo e não consegues enxergar
O povo sempre espera o novo
Mas se previne contra ele.