Caem as gotas de chuva lá fora
molhando a calçada, o telhado.
Vai derramando a tristeza,
pra vir a beleza de um céu enxugado.
Nuvens de lágrimas fazem nascer
flores de todas as sortes no chão.
Vem o frescor da manhã.
Doce é a brisa que sopra gentil.
Pelos cabelos os raios de sol.
Todas as cores nos vales, nos
campos, em todos os cantos se vê.
Rompe o relento a alvorada,
trazendo a febril gargalhada que já não se ouvia.
Dançam dez mil camponesas
em meio as belezas que a noite de chuva escondia.
E essa tristeza que em vão cultivei
dissolver-se-á nesta água.
A noite chora pro dia nascer enfeitado,
sem rastros de mágoa.
Os passarinhos se escondem,
o velho se encolhe em seu cobertor
Pra no outro dia acordar.
E ver crianças brincando
rodando, rodando sem se preocupar.
É um lindo dia, dos que não se via
mais neste mundinho acanhado.