Eu vivo sozinho
Desde que era moço
Pisando em espinho
Chupando caroço
Com a cara marcada
E a pele no osso
Eu fito o infinito
À beira de um fosso
Romão da caatinga
Simão do deserto
Eu vivo vagando
Meu rumo é incerto
Com a boca vazia
Nem bem está cheia
Eu conto as estrelas
E os grãos da areia