Olha, eu tenho um cravo na lapela
Tem um passado na janela
Que ainda insiste em me olhar
Olha, as ruas se parecem as mesmas
Minha saudade anda presa
Quisera enfim, poder voltar
Olha, por onde anda a certeza
O vinho e o pão por sobre a mesa
O punho erguido em pleno ar?
Olha, o fim não é desta maneira
Ainda tenho uma bandeira
Quisera enfim, poder voltar
Olha, ainda tem gente nas ruas
Nesta verdade nua e crua
O tempo leva pra passar
Olha, ainda sonho madrugadas
Entre fuzis e barricadas
Quisera enfim, poder voltar
Olha, dá-me um abraço de reencontro
Seguimos daqui o mesmo ponto
Ainda podemos caminhar
Olha, os nossos filhos é que cresceram
Os ideais que não morreram
Quisera enfim poder voltar