Quando a tristeza te abate
O riso se parte
Quando acaba a canção
Lembra que na trajetória
Da linha da História
Tu és construção
Quando o porvir é sem luz
Cega, a estrada conduz
Na mesmice dos dias
Lembra de toda a jornada
Nossa caminhada
É nossa utopia
Quando bocas se calam
Interesses falam
Palavras absurdas
E as praças ficam vazias
Nossa rebeldia
É quem fica muda
Quando a chama se apaga
O entusiasmo naufraga
Se acabam os sonhos
Lembra da tua parcela
Se a vida não é bela
O monstro não é medonho
Quando se deixa de lado
O ideal no passado
Esquecendo da luta
Lembra que tuas palavras
Que outrora falavas
Ainda se escuta
Quando o teu gesto não diz
Contradiz o que diz
Tua opinião
Lembra que o sonho é possível
Mirar o invisível
Sem perder a razão
Vê a marcha estradeira
Agitando bandeiras?
Com ela marchamos
Lembra, nascemos da terra
O ciclo se encerra
E pra ela voltamos
Mesmo que o dia amanheça
O amor prevaleça
Bem longe daqui
Sempre haverá um Janeiro
Somos companheiros
Tu de mim, eu de ti