A obra plana que eu vejo, tudo que não é real
É outra parte do homem, é a ponte manancial
A tela-prima dos tempos, o riso falho da for
É um incesto sagrado, são as lágrimas de um traidor
Um coronel sem destino, com a garrucha fatal
Rouba o mar de um menino e joga num canavial
Passam-se anos em horas, nasce o fantasma do amor
Em um sertão encharcado, por ‘lãmágoa’ cruz fel rancor
E por ser tão prevenido, um ancião logo viu
Na aura de um bruxo prodígio, um pelo na pele surgiu
Eu vi um cachorro, que veio não sei de onde
E se partiu não sei porque
Eu vi um cachorro
O cachorro vai além, hoje aquém quem vai sou eu
Eu vi um cachorro
O cachorro é a lei, o cachorro é o nosso rei
O cachorro é a lei, o cachorro é o nosso rei
O cachorro é a lei, o cachorro é o nosso rei
O cachorro é a lei, o cachorro é o nosso rei