O medo de coisas invisíveis é a semente natural
Daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião
Uma vez encontrei um homem que falava com mortos
E foi estranho ele me chamar pelo nome e dizer que já me conhecia
Que me viu crescer e esperou por mim
Disse que me viu no inferno ao lado de Cristo, olha só que heresia
Ele era só um morador de rua com as vestes sujas
Viciado em crack completamente possuído
Foi por isso que eu dei ouvidos!
E ele me disse que somos estrelas e eu desci de um cometa
Que o inferno é aqui, me disse várias setas incertas, mas certas
Jesus não faria presença na sagrada moradia se ele não fosse um Exu
Existe a pomba e existe a serpente
Apesar de muito alcoolizado ele foi bem convincente
Não se perdeu nas palavras e mostrou ser coerente
Disse que deus usava os loucos
Só pra confundir os sábios, hábeis abusados que não fazem justo ao dom
Movidos pelo ego de seu próprio narcisismo niilista passivo
Cabe você acreditar ou não
Uma vez encontrei um homem que falava com mortos
E foi estranho ele me chamar pelo nome e dizer que já me conhecia
Tanto mensageiros já passaram por mim trazendo avisos de deus
Deve ser por isso que
Lúcifer e seus demônios sempre me notaram aqui
Sócrates descrevia sua inspiração filosófica
Como obra de um demônio pessoal e benigno
Sua professora Diotima de Matineia lhe diz
Todo demoníaco é intermediário entre Deus e os Mortais
Deus não tem contato com os homens, ela continua
Tanto mensageiros já passaram por mim trazendo avisos de deus
Deve ser por isso que
Lúcifer e seus demônios sempre me notaram aqui
Numa época em que as religiões tradicionais
Tem estado sobre o fogo fulminante da ciência
Não é natural cobrir os antigos deuses e demônios
Com vestes científicas e chamá-los de alienígenas