A tarde de maio
Prometia ser igual a tantas outras
Mas afetaria centenas de milhões de pessoas
O sol já ia se despedindo
A noite e a escuridão se unia ao sentimento de dor
Que existia no coração de uma mulher simples
Que experimentava uma aflição desoladora, partilhada com ninguém
Seus pensamentos traziam presente as mais variadas cenas
Do aconchego da casa dos seus pais, das suas brincadeiras de criança
Até a juventude, os belos sonhos de futuro
E se chocavam com a realidade dura do presente
E faziam o coração se contorcer ainda mais
Pela memória do desprezo, das injúrias
E dos espancamentos que pareciam ainda vivos em seu corpos
Advindos do seu conturbado matrimônio
Ela, como tantas moças da época
Tinha sonhado uma vida muito diferente
A dor que experimentava não calava, porém, seu desejo de superação
Herdara uma fé
Que lhe possibilitava uma confiança muito grande no Deus da misericórdia
A dúvida, porém, lhe colocava a questão do porque do sofrimento?
Se o Deus que ela ouvia falar que aprendeu a amar
Nunca abandona os seu filhos
O seu interior experimentou por várias vezes
O sentimento do abandono
Dirigia o seu brado de Matsulengo
Perto de uma vila chamada caravaggio, na Itália
O relógio marcava as cinco da tarde