Fim de semana
No rincão onde eu resido
A gente ouve o alarido
Da moçada fandangueira
Gente chegando de a cavalo
E de apezito
Que o surungo é bonito
E vai durar a noite inteira
Vou pro balanço da vaneira
Só no balanço da vaneira
Quando o gaiteiro
Atola o dedo na cordeona
A moçada se emociona
E já se bandeia pra sala
E a velharada
Que tá sentada num banco
Se levanta lá do canto
E no entrevero se embala
De madrugada
Só por causa de um carão
Estoura um rufo de facão
Que desemboca porta afora
Gaiteiro guapo
Não dá bola pra entrevero
E o pessoal que é fandangueiro
Segue arrastando a espora
De manhã cedo
Quando o sol fresteia a sala
A lamúria está na fala
Da moçada sacudida
Que noite curta
Que pena que ta clareando
Queria ficar dançando
Com minha prenda querida