A noite se vai ao longe, eu de olhos bem abertos
Só a lembrança por perto, mateio olhando pro nada
O mate amargo que sorvo, na minha simplicidade
Tem o gosto da saudade, daquela china estraviada
É ela a causa constante, da espera ausente do sono
E deste ar de abandono, ponteando ilusões perdidas
Pois deixou o aconchego, deste meu rancho nativo
Sem aperente motivo se ausentou da minha vida
Dia e noite se emparelham, nas horas de solidão
Um minuto é imensidão, pra quem mateia solito
Passo meus dias no rancho, arrinconado na espera
Pois com a vida tapera não tenho dia bonito
Tentando em vão esquecer, andei campeando carinho
Mais não achei o caminho, pra que eu vivesse sem ela
Vieram suspiros do peito, em meio a um frio de geada
E a vontade demasiada, de sair no rastro dela
Mas por ter quase certeza, que ela se foi do rincão
No laço de outra paixão, prefiro viver assim
Me resta um rancho em silêncio, pra amadrinhar a lembrança
E um fiapo de esperança, que já esta quase no fim