Um chapelão de aba larga
De pitar em aguaceiro
E a bombacha de dois panos
No velho estilo campeiro
Lenço branco ou colorado
Guaiaca que é um cinturão
Uma camisa volta o mundo
Que já perdeu uns botão
(A moda véia gaúcha
Vou vivendo assim no mas
No jeito simples do campo
Com pose de capataz
Se ando cortado dos trocos
Não me incomoda a pobreza
Pois tendo vigor pra lida
Pra mim é a maior riqueza)
Meu rancho de chão batido
Que nunca teve tramela
Pra enxergar melhor o mundo
É só abrir a janela
Onde mateio tranquilo
Golpeando um liso de canha
Quando a noite emponcha os campos
Neste torrão da campanha
Não sou dono da tropilha
Só tenho o pingo do arreio
Uma vaca boa de leite
E a gaita pra uns floreio
Umas cabeça de ovelha
Dois cuscos pra camperiada
Uma junta de boi das buenas
Pra puxar carga pesada
Me agrada arrastar o pé
Depois de um trago de soro
Com a mais linda e dançadeira
Vou traquejando um namoro
A tempo que ando tenteando
Pra deixar de ser solteiro
Pra ver o rancho florido
E a piazada no terreiro