Quando abraça sua guitarra
E desempenha seu solo
O guitarrista parece
A mãe com o filho no colo
Quando ele fecha os olhos
Nos prodígios de seu dom
Viaja pra dentro de si
Navega em ondas de som
Tamborilando as cordas
O guitarrista pampeano
Dá ares de quem acorda
Mulher amada do sono
É o braço da guitarra
Cancha de penca com trilhos
Os dedos do guitarrista:
Zaino, alazão e tordilhos
Nem as aves migratórias
Em sua viagem imprevista
Têm nas asas a destreza
Que há nas mãos do guitarrista
Toda guitarra é um viveiro
De ida e volta é o caminho
Nas asas ágeis do aplauso
As aves voltam ao ninho
Nas asas ágeis do aplauso
As aves voltam ao ninho
Nas asas de seu aplauso
As aves voltam ao ninho...