A pulperia de santa lucia
Era loira e seus olhos azuis refletiam a gloria do dia
E cantava como uma calandria a pulpera da santa lucia
Era a flor lá da velha paróquia e os gaúchos a ela queiram
Os soldados de quatro quartéis suspiravam lá na pulperia.
E cantou o pajador mazurqueiro com um doce gemer de viola
Na calçada orniam jasmins que colhera no jardim da escola
Com a alma te quero pulpera e algum dia terás que ser minha
Ainda se ouve a noite nos bairros as guitarras de santa lucia.
A levou o pajador guitarrero numa noite que a lua sorria
Já não alumbra seus olhos azuis a paróquia de santa lucia
Não voltaram os tropeiros da pampa a cantar-lhe a " vindala de cyelo"
E na volta lá da pulperia os jasmins choravam de ciúmes.
E voltou o pajador guitarrero a cantar la no pátio vazio
A dolente e triste serenata á "llevara" o vento do rio...
Onde estas com seus olhos azuis, ó pulpera que não fostes minha
Como choram, por ti as guitarras de santa lucia.