Corpo alvejado
Caído bem no meio do asfalto
É cotidiano
Do outro lado do trilho
Esposas choram
Ao som dos tiros
Lançados cegos
Sobre a noite
Através dos barracos
Fazem a sorte
De quem sobreviveu pra contar
Uma vez lá dentro
Não há saída
Não há mais como escapar
Do fogo cruzado
Atravessando o morro
Dia a dia em um
Campo de batalha
A sua rua em plena guerra
Sua vida reduzida
A uma nota na pagina policial
Na mesa farta do café da manhã
Lendo o jornal eles não sentiram
Pena pela sua pobreza
Culpa pela
Inércia do sistema
Não há mais como escapar
Do fogo cruzado
Atravessando o morro
Dia a dia em um
Campo de batalha
A sua rua em plena guerra