Uma voz que canta um canto triste
Uma voz que não se ouve a voz
Uma voz que não tem voz
É voz que geme em prantos sua dor atroz
Uma voz que era cantiga
Para fazer dormir criança
Hoje é voz que não desperta em vós a esperança
Uma voz que não alcança mais o tom das 7 notas musicais
Uma voz que dói no peito, sangra, não tem jeito de estancar seus ais
Uma voz que é voz ao vento, que não sopra mais veleiro
Uma voz que não tem leme, voz em cativeiro
Voz muda, rouca, roupa velha, que não serve mais pra se usar, rasgou
Voz que não roda mais moinho, água que em vinho não se transformou
Vós que perdeste o rumo, o prumo...vós, que na vida desandou
Vós que já não sois mais espelho, trincou, quebrou
Oh, oh,oh
Voz que já não é mais um grito, apenas um sussurro nesta multidão
Voz que quase ninguém responde e, escondem, quando lhes estende a mão
Voz que não sois mais conselho, que não forma opinião
Jogada num canto perece, sem extrema unção
Vós muda, rouca, roupa velha que não serve mais pra se usar, rasgou
Voz que não roda mais moinho, água que em vinho não se transformou
Voz que perdestes o rumo, o prumo, voz, que na vida desandou
Vós que já não sois mais espelhou, trincou, quebrou