Ei, pela minha raça não tem amor
Lava a boca pra falar da minha cor
Se eles quiser provar do sabor
Peça benção pra bater no tambor
Nunca age, nunca fala
Que a melanina vira bengala
Só porque fugimos da senzala
Querem dizer que nóiz é mó mala
Abre alas, tamo passando
Polícia no pé, tão embaçando
Orgulho preto, manas e manos
Garfo no crespo, tamo se armando
De turbante ou bombeta
Vamo jogar, ganhar de lambreta
Problema deles, não se intrometa
Óia a coisa tá ficando preta
Essa batida faz um bem, diz da onde vem
Corpo não para de mexer da até calor
É vitamina pra alma, melanina tem
E todos querem degustar desse bom sabor
Vamo, vamo, vamo
Sem corpo mole, mole, mole
Tamo no corre, corre, corre
A coisa ta preta, preta
(Vam'bora!)
Ritmo tribal no baile nóis ginga
Cada ancestral no tronco nóis vinga
Cada preto se sente Zumbi
E cada preta se sente a Nzinga
Pinga, quica, pinga, quica
Querendo uma brecha, toma bica
Misturou, mas a essência fica
Açúcar mascavo adocica
Sangue de escravo não, pulei
Vou um pouco mais longe, sangue de rei
Na onda do stereo história, prolongo
Não rola mistério, sou Manicongo
Ei, DJ, ferve mil grau
Arame, cabaça, pedaço de pau
Que nem capoeira fechou, berimbau
A coisa tá preta, ó que legal
Essa batida faz um bem, diz da onde vem
Corpo não para de mexer da até calor
É vitamina pra alma, melanina tem
E todos querem degustar desse bom sabor
Vamo, vamo, vamo
Sem corpo mole, mole, mole
Tamo no corre, corre, corre
A coisa ta preta, preta
Se eu te falar que a coisa tá preta
A coisa ta boa, pode acreditar
Seu preconceito vai arrumar treta
Sai dessa garoa que é pra não moiá
Essa batida faz um bem, diz da onde vem
Corpo não para de mexer da até calor
É vitamina pra alma, melanina tem
E todos querem degustar desse bom sabor
Vamo, vamo, vamo
Sem corpo mole, mole, mole
Tamo no corre, corre, corre
A coisa ta preta, preta