Eis que o navio partiu
E levou nele o sono meu
Restaram mãos que abanam
E um silêncio que é só seu
Vai do convés até o timão
Já não se importa em atracar
E tem deveras precaução em ser
O fio mais afiado da navalha que cortar
Os átrios desse coração vadio
E se o grito da garganta desprender
E em todo o oceano ecoar?
Destampe os teus ouvidos pra saber
Que o teu sorriso sempre vai estar
No mais fundo desse peito
Que ainda ousa te amar
Espero o dia em que verei
No pôr-do-sol do imenso cais
O navio que vem vazio
A tripulante já não volta mais