Dizem que este amor é cosa sem serventia
Este chão não tem valia, não existe hombridade
E o gaúcho de verdade há muito ficou pra trás
Deixando assim no más a querência felicidade
Mas não é isso parceiro que eu sinto aqui no peito
O Rio Grande tem o jeito da estirpe velha baguala
Quando a cordeona fala dando eco pra razão
É onde o mate de mão em mão passeia o redor da sala
É numa coplita campeira que se traduz essa estampa
Laçando um verso pela guampa numa tarde domingueira:
Me gusta uma chinoca faceira defronte um horizonte encarnado
Sorvendo um mate jugado com maçanilha e laranjeira
Estenda a mão no peito e contemple esta querência
Sentindo o gosto da essência do amargo gaúcho sagrado
Sentindo nas veias este estado dentro do nosso coração
O que seria da nação sem este Rio Grande amado?
Portanto te digo parceiro que no calor da refrega
O sangue do pampa não se entrega e fala em voz de garrucha
Ou numa chamarra gaúcha que é o retrato do pago
E este orgulho que trago é o meu Rio Grande! A la pucha!