Roubo uma flor de açucena do campo que estende ao longe
Vou bombeando o horizonte pra ver se enxergo teu rosto
Porque aqui no meu posto onde a idéia é infinita
O coração me palpita cada vez que lembro teu nome
Apeio do baio ruano e tiro o cornilho do basto
Enquanto ele mastiga o pasto ponho a cambona no fogo
Vou cevar um mate novo e dar acalento pra alma
Procuro encontrar a calma pra estas noites de agosto
Além do campo está a flor que eu desejo
Que aquece meus recuerdos mais antigos
Miro de novo o horizonte e a flor de açucena
Permeando minhas duras penas quase ficam esquecidos
Reponto no céu estrelas fazendo lindaça moldura
Parceiras na noite escura te desenham no infinito
Lembro de quando piazito te vi de primeiro na venda
Eras a mais linda prenda e juraste o amor mais bonito
Ainda sustento a esperança de um dia estares comigo
Num galpão que sirva de abrigo pra mansa chuva que cai
Guardados no poncho do Pai, que é tão terno e acolhedor
Vou te passar meu calor enquanto a noite se vai.