Quando a sina lá de fora,
Campo afora, perde seu rumo,
A dor inventa um luzeiro
E acende seu próprio mundo,
Um potro manso preguiça
E uma mala lanhando a garupa,
O silêncio tirando um costado
E o vento que nele se amunta...
(Sou de casa meu compadre e,
Além do mais, sou cantador,
As cercas que eu ando amurando
São as causas do meu desamor.) Bis
Um dia desses dou de rédeas
E de sonhos me emborracho,
Vou ser por mim, só por mim, ventania,
Talvez por sorte algum riacho...
Vou juntar na mangueira cada sonho guaxo
Que ainda não marquei,
Vou luzir na aurora um clarão de espora
Que eu nunca apaguei
Vou voltar pro rancho, pendurar o poncho
E refazer a lida,
Vou cortar os ramos, vou quinchar os anos
Que eu tenho de vida.