Mas que saudade se sente quando se está longe de casa
E se procura no rádio uma milonga qualquer...
Dá uma vontade danada de se aticar na mulher,
Na inspiração de um mate ou na insônia que vier...
Que porcaria de sina que nos empurra pra longe,
Deixando um monte de coisas pra solidão se entreter...
Mescla de cincha e sinuelo que me negou sem floreio
O bem-estar da querência pelos potreiros que ver...
Vida, toca qualquer coisa pura que tenha um cheiro de terra,
Pura, que leva a gente pra junto dos seus
À espera de ouvir uma gaita tocar...
Maledicência mesquinha, ingrata, que mata um pouco da dor,
Mirando a corrente que prende o motivo
Indefeso de se libertar...
É por demais a saudade insuportável que se sente,
Pois, quando a gente depende,
A lágrima encharca a razão...
Se diminuir a certeza de cabrestear a paixão,
Fazendo o tempo escorrer,
Como quem balda um galpão...