Um ranchito velho firme na canhada
que fumega a noite, pela lamparina.
E o sol desencilha no pago fronteiro
por detrás dos cerros, tisnando as retinas.
Se vamo, parceiro, pra um baile de campo
que é nesse tranco que chora a cordeona.
E ao soco se aquieta pra um trago de vinho
deixando sozinho o som das choronas.
A copa se alonga e eu quieto escorado
bombeio as morenas golpeando o gargalo.
Me encontro delgado e bem pras carreira
se me facilita eu meto o cavalo.
Deixa pra mim... Deixa pra mim!
Morena linda, chinita, flor do alecrim...
Deixa pra mim... Deixa pra mim!
Rosto de noite volteando os olhos pra mim.
"Ah! Cordeonita paisana...
Continua choramingando, no más
enquanto eu sigo aqui
desdobrando esta morena".
Que "coza" mais linda teus olhos de noite
parece um açoite no peito do peão!
Larguei de vereda no ouvido da prenda
pois nunca se sabe do jeito que estão.
Entendo bastante do tal sentimento
é como o domero no lombo de um potro.
Se anda tranqüilo e mal estrivado
se leva um pealo mais lindo que o outro.
Então meto espora e toco por diante
pois ando distante de outro domingo.
Te achega, morena, que a noite te leva
pra alguma querência na anca do pingo.