Por meu modo de não ser
Perdi meus grandes amores
Pelo meu medo de ter
Não cultivei essas flores
Que viveram e ainda vivem
Nas lembranças e nas dores
Que carrego morto-vivo
Como os velhos atores
Que querem morrer
Mas não morrem
E vagam pelos corredores
De um teatro abandonado
Esperando ouvir aplausos
Ou até receber flores
No camarim demolido
Sob a luz dos refletores