Se queres a ventura doce, etérea
De outro mundo de luz, indefinido
Serás na Terra o filho incompreendido
Do Tormento casado com a Miséria
Viverás na mansão triste, funérea
Do Soluço, do Pranto, do Gemido
Dos prazeres mundanos esquecido
Outro Job pelas chagas da matéria
Serás em toda a Terra o feio aborto
Das amarguras e do desconforto
Encarcerado nas sinistras grades
Mas um dia abrirás as portas de ouro
E encontrarás o fúlgido tesouro
De benditas e eternas claridades