Todo julho, todo ano,
Há um festival profano na vila de alter-do-chão,
Onde tupaiús, turistas, mocorongos, anarquistas
Formam uma só nação
Deus tupã se manifesta
E abençoa a grande festa desse povo em comunhão
Coração é alegria, quero dança e cantoria,
Toca, toca espanta-cão
Com a rima na ponta da língua,
Com a dança na ponta do pé,
Vou por terra, ar e água
Para o fogo do sairé
Palavra de ordem, brincar noite e dia
Quem fica parado, estraga a folia;
Rapaz que requebra demais quando dança,
Atraca de popa, não poupa a poupança
Com a rima..........
Quem vai pro escuro caçar gafanhoto,
Ou pisa na cobra, ou topa com o boto;
Perigo é namoro na beira da praia,
Tem caco de vidro, piranha e arraia
Com a rima..........
Cigarro que fede a palha queimada,
Papai não suporta e mete a porrada;
Cabra cachaceiro, vê se não fulera,
Na próxima esquina, a polícia te espera
Com a rima..........
Aqui, catraieiro, te dou um trocado,
Me leva depressa lá pro outro lado;
Ô, dona maria, acabe essa broca
E sirva um peixinho na sua maloca