Usou a minha dor como se fosse seu ar
criou no seu teatro um papel pra eu atuar
disse que tudo iria se resolver
que tinha muito medo de me perder
era só uma mentira usual
na ossada de mulher ideal
articula muito bem o seu mal
desejando ver os homens ao seu pedestal
Acordado estou depois de tanto errar
mil anos se foram e agora sei onde estava
não sei se a odeio por fingir ser
ou eu que me odeio por não saber
por negar enxergar a FAL
despejando sua rajada mortal
contra meu peito aberto incrédulo incauto
voltando sempre a crer num final feliz
Mas acabou
não tem mais nem por onde entrar
estou sabendo bem seu jeito de recomeçar
você esquece de tudo o que fez
e vem com um sorriso de primeira vez
eu vou deixar você com seu halls
consumindo-se no próprio napalm
cair de salto alto o degrau
na solidão que seus espinhos levam